A experiência de transformação do apóstolo Pedro

23/11/2011 16:57

 

Na edificação da igreja Cristo é o principal item, e estar em todas as áreas como a peça principal. Por isso, nessa edificação deve existir somente Ele e não a nossa natureza humana caída. Se invocarmos o nome do Senhor e buscarmos permanecer sempre no espírito, satanás não terá terreno em nós. Mas se cairmos em nossos conceitos, em nossa mente, imediatamente Satanás virá. Precisamos estar claros que a nossa vida natural é usada por Satanás. Se nós não negarmos a nossa vida da alma, certamente um dia iremos ser usados por Satanás, devido o fato de vivermos em nosso ser natural. Um bom exemplo a ser mencionado, é a experiência de Pedro no momento em que o Senhor revela qual era o seu mistério (Mateus 16:16-18, 21-24 conf.). Vemos aqui o amor natural de Pedro sendo expresso pela sua opinião natural. Aqui segue uma orientação para os jovens: não sigam o Senhor com seus conceitos, vocês precisam fazer morrer vossa natureza caída.

No capítulo 17 de Mateus, mais uma vez o ser natural de Pedro é manifestado quanto a questão de cobrança de impostos. Ele estava no seu homem natural, agindo ainda pelo certo ou errado. À medida que temos experiência com o Senhor nós não somente acertamos, mas também erramos, pois errando, recebemos a luz e nos arrependemos, com isso a vida do Senhor cresce mais em nós. Mas se você é alguém que sempre faz as coisas certas, se tudo sempre está certo em sua vida, você terá poucas oportunidades de voltar-se ao Senhor e, com isso sua vida crescerá menos. Não queremos aqui incentivar você a errar, mas a não ser tão natural. Quando Pedro chegou-se ao Senhor, depois de ter dito que Ele pagava imposto, o Senhor parecia dizer-lhe: “Será que Deus cobra imposto de seu próprio filho? Mas já que você se comprometeu vá lá e pague! Então o Senhor ordenou-lhe a ir pescar. Creio que enquanto Ele pescava, ele pensou no que fizera e deve ter se arrependido: Outra vez eu! Outra vez errei! Porque gosto tanto de sobressair? Porque não perguntei antes ao Senhor? Porque não orei antes?” Depois disto fisgou o peixe (Mateus 17:24-27 conf.).

Algum tempo mais tarde, Pedro estava novamente em seu natural, ao disputar com os discípulos acerca de quem era o maior do reino dos céus. “O Senhor Jesus gosta tanto de mim que devo estar em primeiro lugar no reino”, deve ter pensado. Esse tipo de pensamento é danoso, e pode prejudicar a obra do Senhor. Em seguida o Senhor continuou expondo o ser natural de Pedro. Depois de ouvir algo acerca do perdão, Pedro falou: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Humanamente falando, nós só conseguimos perdoar três ou quatro vezes, mas Pedro falou “sete vezes”. Ainda assim, isto era o seu ser natural. O Senhor lhe respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18:1, 21-22 conf.). Pedro ainda era muito natural.

Na noite da ressurreição do Senhor ele recebeu o Espírito essencialmente, ou seja, como sopro de vida dentro dele e cinqüenta dias após, recebeu o Espírito economicamente, o Espírito na forma de poder realizar a para a obra do ministério. Mas antes que isso ocorresse, Pedro resolveu ir pescar e ainda levou outros discípulos consigo. Aquela atitude na verdade foi o ser natural de Pedro que não se lembrou do que o Senhor havia lhe dito quando lhe falou sobre não mais ser pescador de peixes, mas de homens (Mateus 4:19).

Numa outra ocasião o Senhor Jesus lhe disse: “Pedro, você me ama mais que a estes outros?” (João 21:15 conf.) Ele respondeu: “Tu sabes que te amo”. O Senhor teve que fazer a mesma pergunta por três vezes a ele. Por que o Senhor lhe perguntou se ele o amava por três vezes? Porque de boca ele falava que O amava, mas sua atitude não cooperava com a sua palavra. Ele tinha a doutrina, mas não a experiência. Nós somos assim: temos doutrina, mas em termos de experiência, ainda somos faltos. O Senhor não está preocupado com que entendamos a verdade, mas Ele quer que nós pratiquemos aquilo que já conhecemos (Ezequiel 33:31-32). Cada verdade deve ser praticada por nós. Quando o Senhor perguntou pela terceira vez se ele O amava mais que os outros, então Pedro amoleceu-se e soube a razão da insistência: é que ele, Pedro, não ouvia a palavra do Senhor, exigindo que Este falasse varias vezes a mesma palavra, até que o despertasse. Então, Pedro pôde dizer: “Senhor, Tu sabes, Tu conheces que meu coração te ama, mas eu ainda vivo na carne. Muitas vezes estou em meu homem natural e varias coisas ainda não consigo fazer. Mas tu sabes! Tu sabes que eu te amo!” (João 21: 15-27 conf.).

Tudo isso o expôs e, por fim, o Senhor Jesus lhe disse: “Você quando era jovem, falava como bem entendia. Podia falar por Deus e também por satanás e ainda assim falava por si mesmo. Você tinha e ainda tem a liberdade de fazer o que quiser, mas em sua velhice, outros é que o cingirão e o levarão”. Prestemos atenção a isto: Quando somos jovens, fazemos o que queremos com muita liberdade. Mas, quando crescemos no Senhor, já não temos tanta liberdade e nos tornamos pessoas amarradas à videira (Gênesis 49:11; João 15:5) assim como Paulo, que se considerava um “prisioneiro” no Senhor. Mesmo após ouvir isto, Pedro parecia não concordar ainda e retrucou: “E quanto a este?”, referindo-se a João (João 21:21 conf.). E o Senhor pareceu responder-lhe: “Se eu quiser fazê-lo permanecer até a minha vinda, você nada tem a ver com isto. Quanto a você, irão amarrá-lo e levá-lo. O seu homem natural e a sua carne não vão edificar a igreja. Você precisa estar amarrado a videira, ser um “jumento” e comer desta árvore da vida, a videira. Precisa se embriagar do vinho da uva, do Espírito, para que a vida, em seu interior, o transforme e o faça útil. Mais tarde, depois do pentecoste, Pedro pôde executar a propagação do Evangelho para produção das igrejas e falou poderosamente pelo Senhor.

Estes fatos que aconteceram com Pedro devem ser um espelho para nós. Todas as coisas que o expuseram, também nos expõem hoje na nossa vida cristã. Em cada um de nós há dezenas e até centenas de coisas que procedem do homem natural. Por isso, devemos receber o tratamento que vem da parte do Senhor e, dessa maneira, poderemos testificar Cristo no nosso viver.

(Adaptado de mensagens liberadas pelo irmão Dong yu lan.)

Texto extraído do Jornal Árvore da Vida número 181 - Publicado pela Editora Árvore da Vida