Jesus, o médico dos médicos

16/09/2011 13:41

 

 

Pensar em Jesus como médico leva-nos a considerar como o próprio Deus se relaciona com o nosso sofrimento, pois Jesus é encarnação do Deus vivo. Nos evangelhos, Jesus se opôs à enfermidade e ao sofrimento, se identificou com aquele que sofre. No início do Seu ministério, Ele anunciou que a cura de doenças era um dos Seus principais objetivos.

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lucas 4:18-19).

Quando questionado pelos discípulos de João acerca de Sua identidade messiânica, Ele destacou o mesmo objetivo.

“Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho” (Lucas 7:22).

Jesus chorou quando Lázaro faleceu, demonstrando não ter prazer algum no sofrimento, mas em vez disso o lamentou. O próprio Jesus experimentou o sofrimento. No Getsêmani, Ele aceitou a dor quase como último recurso e na cruz deparou-se com a dor do silêncio de Deus. O sofrimento de Cristo no calvário nos faz voltar à passagem de Isaías, o mais expressivo dos profetas.

“Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer […] Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:3,5).

A encarnação possibilitou a empatia de Deus pelo nosso sofrimento. Enquanto Ele não se revestisse do suave tecido da carne, junto às células nervosas, tão precisas e sujeitas aos maus-tratos como a nossa, não teria realmente experimentado a dor. Por meio de Jesus, Deus aprendeu a sentir a dor da mesma forma que sentimos. As nossas orações e gemidos de sofrimento agora são mais inteligíveis para Ele, pois as compreende. Cristo identificou-se com as pessoas de forma tão completa, que assumiu o lugar e suportou a dor dessas pessoas. No evangelho de Mateus, Jesus mostrou-se favorável à caridade feita ao faminto, ao sedento, ao enfermo, ao que não possui roupas, ao errante e aos prisioneiros, como se estas fossem feitas a Ele.

“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:35-40).

Em Atos 9:4, durante a ofuscante manifestação divina no caminho de Damasco, Jesus perguntou: “…Saulo, Saulo, por que me persegues?” Os maus-tratos sofridos pelos cristãos perseguidos tinham atingido o próprio Jesus. A Sua empatia com a nossa dor chegou a esse ponto. Como diz o provérbio: “O médico que não foi ferido não pode curar.”

Chesterton(1874–1936) é um grande pensador cristão e diz em uma das suas obras: “as mãos que fizeram o Sol e as estrelas”, agora são as mãos que curam, as mão de Cristo, o médico. Ele não fazia milagres em massa, mas individualmente, tocando cada pessoa, atuando de maneira íntima e pessoal. Jesus nos é simpático, Ele se identifica com as nossas dores, com o nosso sofrimento. E por esta razão, Ele é capaz de ser Salvador e Senhor. Ao ser questionado pelos fariseus e escribas por comer com publicanos, Ele trouxe para si a figura de médico: “Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lucas 5:31-32).

Por meio da iniciativa divina podemos ter uma vida abundante com Jesus. Ele mais do que ninguém, se identifica com as nossas feridas, sejam elas quais forem. A nossa dor se tornou a dor de Deus. Não estamos isentos da dor, mas temos a esperança de que não estamos sós, temos um médico que é capaz de sarar nossas feridas