Cristo tem Preeminência na Vida do Cristão
Convém que Ele cresça e que eu diminua (João 3:30)
As experiências dos cristãos são de dois tipos: as doces e as amargas. Deus nos faz passar por ambas, as experiências doces e amargas da vida, para nos capacitar a deixar que Cristo tenha preeminência em todas as coisas.
1) Oração respondida – A oração será atendida se o seu alvo for o de deixar que Cristo tenha o primeiro lugar em todas as coisas. Busquemos primeiro o reino de Deus e a sua justiça e Deus acrescentará tudo mais que precisamos. (Acrescentar não é dar. O primei-ro significa adicionar ao que já temos; o segundo significa conceder o que não temos.) pedir em nome do Senhor é pedir em nome do Pai para o Senhor a fim de que o Senhor possa recebê-lo. De acordo com este princípio aqueles que dão valor à carne não terão nada para pedir em oração. Como precisamos deixar que a cruz acabe com a nossa carne para podermos ser intercessores do Senhor, pedindo aquilo que é a vontade do senhor! Não deveríamos orar pelos nossos propósitos egoístas. Só aqueles que permitem que Cristo tenha preeminência em todas as coisas podem entrar no Santo dos Santos. Vamos transformar os momentos de oração pelas nossas necessidades em um momento de ora-ção pelos negócios de Deus. Então Deus ouvirá a oração que proferimos – isto é, oração pelas coisas de Deus; mas ele também ouvirá a oração que não proferirmos – isto é, a oração pelos nossos próprios negócios. Se primeiro pedirmos que o Senhor receba o que é Dele, ele fará que nós também recebamos o que é nosso. Umas das experiências doces da vida do cristão é ter orações continuamente atendidas. Lembre-se, entretanto, que o motivo de Deus responder nossas orações é permitir que Cristo ocupe o primeiro lugar em todas as coisas.
2) Crescimento – O crescimento também é uma doce experiência do cristão. Devemos ser como crianças, mas não permanecer crianças. Aumento de conhecimento das Escri-turas Sagradas não é crescimento; crescimento é aumento de Cristo em nós. Menos ego, ausência total do ego, isso é crescimento. Pensar pouco em si mesmo – mais ainda, não pensar em nada – isso é crescimento. Por exemplo, a verdadeira humildade é ignorar-se completamente. Quando nos vemos, a humildade é relativa, mas quando não nos vemos mais, a humildade é absoluta; e isso é crescimento. Crescimento é deixar que Cristo tenha preeminência em minha vida: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” – mas Ele não cresce em mim de acordo com a porção de conhecimento bíblico que tenho, mas de acordo com a minha consagração. Na medida em que eu me colocar na mão de Deus, Cristo terá preeminência em todas as coisas. O verdadeiro crescimento está no engrandecimento de Cristo.
3) Iluminação – Outra experiência doce da vida cristã é receber a luz de Deus, isto é, visão espiritual. Revelação é o que Deus dá – uma dádiva objetiva. Quando Deus nos ilumina para percebermos o que há na revelação – isto é percepção subjetiva. Visão é o que vemos quando a luz de Deus brilha sobre nós: inclui luz e revelação. Primeiro a iluminação, depois a fé. Se quisermos ser continuamente iluminados, temos de permitir sempre que Cristo tenha preeminência em todas as coisas. “Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso” (Mateus 6:22). Não temos capacidade de entender, não porque nossos olhos não são bons. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8). O coração tem de ser puro. “Se alguém quiser fazer a von-tade dele, conhecerá...” (João 7:17). Só aqueles que permitem que Cristo tenha preemi-nência em todas as coisas receberão luz.
4) Poder – Ter poder também é uma das doces experiências na vida do cristão. Para ter poder, é preciso que deixemos que Cristo se assente no trono da nossa vida. Conforme ele cresce, a pessoa tem poder. Sem separação não pode haver poder. A separação não é apenas sair, é também entrar – isto é, entrar em Cristo. O que distingue o cristão do mundo é o fato de pertencer a Cristo e estar revestido de Cristo: Cristo é o seu poder.
EXPERIÊNCIAS AMARGAS:
1) Perdas materiais – Generalizando, os crentes parecem ter dificuldades financeiras. Isto se deve ou à sua falta de habilidade de prosseguir em quaisquer ocupações impró-prias que assumiram antes, ou a motivos espirituais que Deus está resolvendo neles es-pecificamente. Deus às vezes nos priva de nossa riqueza para nos induzir a buscar a Cristo para que Ele tenha preeminência em todas as coisas. Não é impossível ao rico entrar no reino de Deus, é simplesmente difícil. Não que eles não possam servir ao Se-nhor, só que acham difícil servir ao Senhor. “[Se] deitares ao pó o teu ouro... então o Todo poderoso será o teu ouro” (Jó 22:24,25). Deus lidou com os filhos de Israel no deserto, privando-os do suprimento terreno de alimento e vestimentas, para que pudes-sem perceber a abundância de Deus. Quando os suprimentos da terra acabam, descem os suprimentos celestes. Dificuldades materiais levam-nos a buscar o Senhor, a aprender a lição da fé e a conhecer Cristo como o primeiro em todas as coisas. Seja qual for a dificuldade que enfrentamos, vamos crer que vem de Deus, e vamos regozijar-nos. Mas não aguarde as dificuldades, porque Satanás é bem capaz de no-las acrescentar.
2) Angústia emocional – Na perda de pais, marido, esposa, filhos, parentes e amigos, Deus está nos levando a encontrar em Cristo a nossa satisfação. Deus nos priva desses relacionamentos para que possamos aceitar a Cristo como Senhor e deixá-lo ter preemi-nência em nossa vida. Não é que Deus deseje nos maltratar, mas ele quer que Cristo seja nosso Senhor. É mais precioso derramar lágrimas diante do Senhor do que alegrar-se diante dos homens. O que encontramos no Senhor é o que não poderíamos encontrar nos pais, esposa e filhos. No reino da criação Deus só tem um objetivo para os crentes: dar a seu Filho preeminência em todas as coisas. Oferecendo Isaque, ganhamos Isaque. Deus não permitirá que tenhamos qualquer coisa fora do seu Filho.
3) Sofrimento físico – Deus permite que fiquemos doentes e fracos fisicamente para aprendermos: 1) a orar a noite, 2) a vigiar como o pardal sobre o telhado, 3) a tomar conhecimento de como o Senhor prepara a nossa cama, 4) a resolver os pecados, 5) a esperar na quietude, 6) a tocar a bainha das vestes do Senhor, 7) a perceber como Deus envia Sua Palavra para nos curar, 8) a discernir como Deus usa a enfermidade para nos tornar vasos úteis, 9) a compreender que a santidade cura, e 10) a experimentar o poder da ressurreição do Senhor para vencer nossa fraqueza, enfermidade e morte. Deus nos faz aprender através da enfermidade a crer, confiar e obedecer para que Cristo possa ter preeminência em nossa vida.
4) A agonia das perdas das virtudes naturais – Como as pessoas ainda dependem de suas próprias virtudes naturais, mesmo depois que são salvas! Mas, com o passar dos dias, talvez depois de alguns anos, o Senhor retira as virtudes naturais, causando-lhes assim profunda agonia. Ele nos priva de nossas virtudes adâmicas e nos mostra nossa depra-vação. A razão dessa privação é encher-nos de Cristo.
Concluindo, então, seja o que for que Deus nos dê – seja algo doce ou amargo – é para nos induzir a deixar que Cristo tenha preeminência em nossa vida.
Fonte: O Plano de Deus e os Vencedores - Watchman Nee
Última atualização (Sex, 02 de Setembro de 2011 17:54)