José, um dos filhos mais jovens de Jacó, é um personagem bíblico importante para os jovens. A firmeza do jovem José e seu amor ao Senhor, a despeito das muitas tribulações por que passava, são um exemplo a ser seguido por todos os cidadãos do reino dos céus.
Por outro lado, as bênçãos proféticas de Jacó, proferidas em favor de seus filhos, nos mostram a importância dos frutos de um “José” em meio ao povo de Deus. Jovem, você deseja ser conhecido por sua instabilidade, por suas muitas paixões, ou pela firmeza em Cristo? Qual é seu impacto na igreja? É possível encontrar seus frutos, seus filhos espirituais, vivendo a realidade do reino dos céus?
A ESPERANÇA DE DEUS NÃO É COMO A DOS HOMENS
Deus sempre desejou salvar e abençoar todos os homens (1 Timóteo 2:4). José foi enviado ao Egito para conservação da vida, para salvação, tanto de sua casa, quanto do povo egípcio (Gênesis 45:5). A nossos olhos, para influenciar (e salvar) uma nação, a melhor estratégia é utilizar um cidadão local, importante, poderoso e, por que não, muito rico. Mas, com o fim de salvar o reino do Egito, Deus escolheu usar um estrangeiro, um jovem escravo, desprezado até mesmo por seus próprios irmãos.
O Senhor não vê como vê o homem. A esperança de Deus não é como a dos homens. Para Deus, aquele mero jovem escravo era a esperança do Egito. Aquele jovem atado, sem controle sobre a própria vida, era a pessoa preparada por Deus para a conservação da vida de sua família. Deus vê em nós, jovens, a esperança de muitas nações. A salvação dos povos, a conservação da vida de muitos, nos foi confiada. Você está preparado para desempenhar uma função tão crítica? Provavelmente não. Mas você pode começar a experimentar o que é ser uma benção para aqueles que o rodeiam.
Chegando ao Egito, José foi vendido a um oficial de faraó, chamado Potifar, e, por causa de José, Deus abençoou aquela casa (39:5). As pessoas podiam perceber que o Senhor era com José, pois tudo o que lhe era confiado chegava a bom termo (vs. 2-4). Durante o tempo de serviço a Potifar, José certamente aprendeu muito acerca dos sistemas de administração e política egípcios. Assim, ele estava sendo uma benção para Potifar e, ao mesmo tempo, estava se preparando para ser uma benção para todo o Egito.
Essa é uma grande lição para os jovens cristãos. Quer tornar-se uma benção? Então, cumpra o que lhe foi confiado. Seja um bom filho, um bom estudante, um bom cidadão. Não desperdice seu tempo, não seja medíocre. Muitos jovens têm a impressão errônea de que podem viver para si agora, já que, no futuro, serão restringidos pelo matrimônio, a paternidade e as responsabilidades na igreja. Todavia, quem insiste em viver para si agora, continuará a viver para si no futuro e não obterá sucesso em nenhuma dessas áreas. Devemos aprender a viver para Deus hoje, glorificando Seu nome em tudo o que fazemos.
Tudo em nossa vida é espiritual. Tudo o que fazemos, em palavra ou ação, dever ser feito em nome do Senhor, de todo o coração, dando graças a Deus (Colossenses 3:17, 23). Lavar pratos é espiritual. Estudar matemática é espiritual. Respeitar as autoridades é espiritual. Tudo é espiritual para os nascidos do Espírito, pois, em tudo o que fazem, seguem o Espírito (João 3:8).
José não tinha acesso a todas as bênçãos que hoje recebemos em Cristo. José tinha apenas uma promessa, dada a seu bisavô Abraão, e uma visão, que tivera ainda muito jovem. Entretanto, baseada na promessa e fortalecido pela visão, José construiu sua história com Deus. Ele conhecia o Senhor.
CUIDAR DAS RAÍZES
Podemos perceber, ainda, que José não foi forçado a buscar Deus pelas circunstâncias. O que o impulsionava era muito mais profundo, muito mais poderoso: era a sua fé. Quando parecia que nada poderia piorar, José foi injustiçado e lançado no cárcere. Mas ali, no fundo do poço, o jovem-escravo-preso não estava sozinho: o Senhor era com ele (39:22). Por isso José não dependia da situação à sua volta. Ele tinha o que necessitava: o próprio Deus. Na prisão, ele aprendeu a lidar com os inimigos do Egito, os mesmos com quem teria de lidar, na posição de líder do Egito. Na prisão, ele também aprendeu a esperar no Senhor.
Hoje, o mundo tenta nos distrair, nos vender necessidades. Quem precisava de um celular há 15 anos? Quem precisa do mundo hoje? Só aqueles que não têm Deus. Ora, o mundo passa, bem como a sua falsa graça. Jovem, de onde vem a sua alegria? O que você precisa para obter paz? Você precisar esperar em Deus, lançar raízes em Deus. Você precisa lançar raízes no amor de Deus, a ponto de estar firmado e alicerçado (Efésios 3:17). José estava alicerçado em Deus e, por isso, foi usado por Deus, para expressá-Lo, para fazer o que Deus queria fazer. José era como um ramo frutífero, junto à fonte. Seus galhos se estendiam sobre os muros. O impacto de sua vida com Deus não se limitava à sua casa ou ao seu povo (Gênesis 49:22).
O jardim de José, a vida cotidiana de José, era cheio de frutos. Hoje, cada um de nós tem a responsabilidade de cultivar e guardar seu jardim. Temos o dever de viver uma vida cristã baseada, arraigada e alicerçada na presença de Deus. Temos de viver a vida normal da igreja, seguindo o Senhor Jesus e negando a nós mesmos (Mateus 16:24). Deus nos escolheu para abençoar a terra, trazendo Seu reino, um reino de justiça, paz e alegria. E o caminho para nos tornarmos representantes de Deus e suprirmos vida aos homens, é ser um ramo frutífero como José: ser uma bênção hoje – ser uma bênção ainda maior amanhã.
Texto extraído da secção "Corre e Fala a este Jovem" edição 205 do Jornal Árvore da Vida